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EBITDA: o que é, para que serve e como calcular?

Atualizado: 13 de jun. de 2022

Você já ouviu ou leu o termo EBITDA?  Mas sabe o que significa?

Esse é um conceito muito importante para investidores de todos os níveis. Ele ajuda a entender os balanços das empresas, auxilia a descobrir o potencial de geração de caixa na atividade fim e determina a evolução da produtividade e da eficiência ao longo dos anos.

O que é EBITDA

EBITDA é a sigla em inglês para Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization. Em português, “Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização” (também conhecida como Lajida). É um indicador muito utilizado para avaliar empresas de capital aberto, mas pode-se utilizar em outros tipos de empresa também.

O EBITDA representa a geração operacional de caixa da companhia, ou seja, o quanto a empresa gera de recursos apenas em suas atividades operacionais, sem levar em consideração os efeitos financeiros e de impostos.

Dessa forma, a divulgação do EBITDA é uma forma de o investidor descobrir qual é a realidade financeira da companhia e se ela está melhorando sua competitividade e a sua eficiência ano a ano.

Mas atenção: apesar de ser um indicador importante, o EBITDA não é o único instrumento de avaliação de empresas na bolsa de valores. É importante analisar informações como alavancagem financeira e lucros, por exemplo.

A definição consta no livro Análise das Demonstrações Contábeis, de José Laudelino Azzolin (IESDE Brasil, 2012).

Para que serve o EBITDA?

O EBITDA ajuda na análise da empresa e mostra com maior clareza a situação operacional.

Embora seja muito utilizado, esse indicador, por si, não revela a situação completa das finanças da empresa. E pode levar a muitos erros, caso não seja complementado com mais dados.

Isso porque o EBITDA desconsidera algumas variáveis, como a tomada de financiamentos, que ocorreu para gerar capital de giro, por exemplo, mas não faz parte do processo operacional.

Porém, ao pesquisar sobre uma empresa, o EBITDA é um indicador que deve ser usado em conjunto com outros números, tais como: lucro líquido, evolução do faturamento, situação dos custos, endividamento e lucro por ação.

Como calcular o EBITDA?

Para calcular o EBITDA, é necessário antes descobrir o lucro operacional. No Brasil, ele resulta da subtração, a partir da receita líquida, do custo das mercadorias comercializadas e das despesas operacionais. Para tanto, utilizamos as seguintes fórmulas:

  1. Lucro Operacional = Lucro Bruto – Despesas Operacionais + Receitas Operacionais.

O EBITDA procura refletir a geração de caixa efetivo de uma empresa. Por isso, a fórmula do cálculo adiciona o valor da depreciação de volta ao EBIT (lucro operacional líquido). Faz o mesmo com a amortização, que representa a redução gradual de um ativo intangível.

Fórmulas de cálculo:

  1. EBITDA = Lucro Operacional Líquido (ou EBIT) + Depreciação + Amortização

  2. EBIT = Receita Líquida de Vendas (-) Custo dos Produtos Vendidos (-) Despesas Operacionais

Por outro lado, também é possível calcular o EBITDA começando pelo lucro líquido da empresa, ou seja, pelo final do demonstrativo de resultado (apurado pela contabilidade). Assim, é necessário somar ao lucro líquido da empresa, o imposto de renda (IR) e contribuição social (CSLL), o resultado financeiro líquido, a depreciação e a amortização.

É importante não confundir lucro operacional com o lucro bruto. O lucro bruto, na verdade, é um estágio anterior: dele subtraem-se, as despesas administrativas, comerciais e operacionais para chegar posteriormente ao lucro operacional.

Abaixo um exemplo de cálculo:

O resultado líquido é encontrado na DRE – Demonstração do Resultado do Exercício, apurado pela contabilidade.

Portanto poderá facilmente efetuar o cálculo do EBITDA, pedindo a ajuda ao seu contador.

Depreciação e amortização – é eliminada para cálculo do EBITDA. Vamos entender por quê?

A definição de depreciação pode parecer complicada, mas não é. Trata-se da apuração de um valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil, ou seja, é o desgaste do bem (Exemplo: veículo), por ação da natureza, ação humana ou obsolescência.

A depreciação ocorre a partir do momento em que ele é disponibilizado para o uso, quando chega ao local de trabalho em condições plenas de funcionamento. Esse cálculo da depreciação não termina quando o ativo fica ocioso, a menos que ele esteja totalmente depreciado.

A amortização parte de uma lógica semelhante: consiste na alocação sistemática do valor amortizável de ativo intangível (como marcas e patentes ou gastos com desenvolvimento de Produtos – por exemplo) ao longo do tempo.

A diferença básica entre os dois é que o primeiro ocorre sobre ativos físicos (como uma mesa – por exemplo), e o segundo, sobre ativos intangíveis (ativos que não têm substância física, tais como: Capital Intelectual, Desenvolvimento de Tecnologia, etc.).

O EBITDA é confiável?

O EBITDA é um indicador confiável para a tendência de lucros da atividade principal de uma empresa. Mas para usá-lo adequadamente, é preciso levar em conta suas limitações.

Uma delas é que ele pode oferecer uma falsa noção da efetiva liquidez da empresa.

É comum que gestores contratem financiamentos para alavancar suas operações, o que leva a casos em que as despesas financeiras se tornam superiores às receitas.

No fim das contas, é possível ter um EBITDA positivo e uma demonstração de resultados com prejuízo líquido.

Enfim, o EBITDA não deve ser avaliado isoladamente. Um conjunto completo de indicadores precisa ser considerado, como:

  1. Lucro líquido

  2. Evolução do faturamento

  3. Situação dos custos

  4. Endividamento

  5. Lucro por ação

Os múltiplos calculados a partir da combinação entre eles permite ter uma visão muito mais clara da situação real da empresa – e, portanto, se é hora de investir nela (ou não).

Magali Iorio Abdo Braga Sócia Universidade Bordin

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